Chama-se vulgarmente de telhado qualquer tipo de cobertura em uma edificação.

O telhado é apenas uma categoria de cobertura, em geral caracterizado por possuir um ou mais planos inclinados em relação à linha horizontal (diferente, por exemplo, das lajes planas ou das cúpulas).

A cada um dos planos inclinados, dá-se o nome de água. Água de telhado, também chamado pano de telhado, pano, vertente de telhado, vertente e corte de telhado, refere-se à superfície usualmente plana e inclinada, usada como cobertura de uma edificação, que vai do espigão horizontal (cumeeira) ao beiral, sobre a qual escoam as águas pluviais numa única direção. A sua inclinação depende do elemento e do material utilizado na cobertura, condições climáticas do local e do partido arquitetônico adaptado. Podendo ser de uma água, duas, três e quatro águas. Mais de quatro águas dão ao telhado designações diferentes.

Uma Água

Uma casa de apenas uma água geralmente é aquela casa pequena que muitas pessoas constroem, por exemplo nos fundos, também conhecido como edículas. Neste caso como geralmente ela é estreita e não ultrapassa 4 metros, por exemplo, é comum fazer apenas uma água, isto é um telhado único com apenas uma direção para queda d’água.

Este tipo também pode ser usado hoje nos chamados telhados embutidos que são aqueles que não ficam aparente, mas que são ocultos por platibandas erguidas acima da parede para esconder o telhado. Neste caso, como ele não ficará a mostra é comum usar telhas grandes, como as de fibrocimento ou de aço galvanizado revestida de isopor, as chamadas telhas sanduíches.

Duas Águas

Mais conhecido e utilizado em obras arquitetônicas, o modelo de duas águas possui como característica principal as duas faces de escoamento. Tradicional, este tipo ainda é divido em duas opções: cangalha (em que a cumeeira é o encontro dos dois lados) e americano (uma das partes é mais alta que o outro lado). É a mais tradicional e aplica-se quando ela mais de 4 ou 5 metros de largura e neste caso a necessidade de você fazer o escoamento da água para os dois lados. Neste modelo de casa o meio fica alto com caída para direita para esquerda e portanto duas águas.

Três Águas

Assim como os dois modelos anteriores, este tipo de telhado possui três lados de escoamento que facilitam uma saída mais rápida da água. Com uma formação triangular, ele é uma ótima opção para casas de grande porte em que, geralmente, está localizada na parte frontal da morada.

Quatro Águas

Ideal para lugares com clima mais chuvoso, o modelo de quatro águas é adequado para residências em formato retangular ou quadrado. Tão comum quanto o de duas águas, este telhado é visto em projetos modernos, versáteis e que necessitam de um escoamento mais ágil.

TELHADO EM L COM ÁGUA FURTADA

O telhado em L está muito presente nas construções brasileiros, principalmente em ambientes que são construídos após da casa em si, como áreas de festas e espaços complementares. Isso acontece porque, em muitas vezes, o próprio muro do terreno é utilizado como ponto de partida para o telhado.

Quando uma água do telhado encontra com outra e ambas estão escoando água pluvial, esse ponto de encontro se chama água furtada. Esse é o principal ponto de atenção quando alguém pensa em como fazer telhado em L, porque essa junção tem que ser muito bem calculada para que o escoamento de água da chuva realmente funcione.

Nessa junção, as calhas podem ser instaladas de duas maneiras: Se o telhado for aparente, é indicado que ela seja embutida para ficar esteticamente melhor, como no projeto acima. Se o telhado for escondido por platibanda e possuir uma inclinação menor (telha metálica, fibrocimento, etc), muitas vezes se coloca um calhetão por cima para facilitar a instalação e porque esse acabamento não ficará à mostra.

O estilo arquitetônico que mais utiliza o telhado em L é o estilo colonial. Isso acontece porque esse estilo utiliza muito a ventilação e a iluminação natural como recursos essenciais a serem valorizados no projeto.

A telha colonial é uma telha tipo capa canal, ou seja, uma camada de telha por baixo com a curvatura virada para cima e outra camada de telha por cima com a curvatura virada para baixo. Neste tipo de telha, a capa e o canal são exatamente iguais.

A inclinação indicada é entre 20% e 25% e a quantidade varia de acordo com o tamanho da telha. Se for o modelo colonial pequena, serão utilizadas 24 telhas por metro quadrado, mas se for a colonial grande, a quantidade adequada é de 16 telhas por metro quadrado.

Telhado Borboleta ou Invertido

O telhado borboleta pode ser visto como um telhado “duas águas” invertido. Ao invés de escoar a água diretamente para o solo, esse modelo leva a água para uma canaleta central, que, então, a direciona para o sistema de escoamento ou diretamente para o solo. É um telhado aparentemente diferente das tradicionais citadas acima, exigindo uma mão de obra qualificada para que não exista acumulo de água. Indicada para regiões de pouca chuva. Esses telhados criam muros mais altos do que a média nos dois lados dos prédios que cobrem, de modo que janelas largas e altas e portas de vidro deixam entrar mais luz solar do que as estruturas convencionais com telhados inclinados. Eles também podem dar aos quartos um ambiente mais aberto e arejado.

Desvantagens

A principal desvantagem de um telhado borboleta é a drenagem, o que torna o projeto inviável em regiões com chuvas fortes. Quando a água se acumula no centro da cobertura e não é regularmente encaminhada para um recipiente, o peso dela pode bloquear o sistema de drenagem ou sobrecarregar as vigas de suporte, provocando vazamentos. Embora esses telhados forneçam muros altos nos dois lados do prédio, o centro da estrutura tem teto baixo, com inclinações para cima em ambos os lados, desafiando projetos de iluminação e decoração.

Telhado Sobreposto

Em questão de estética e beleza, o telhado sobreposto está em alta nas construções. Além de embelezar com suas diferentes alturas criando níveis diferentes, eles não possuem regras de quais tipos de quedas d’águas usar, pois podem possuir vários tipos de inclinação. Apesar de deixar o projeto mais moderno, esse tipo de telhado exige mais madeiramento e implica em um preço mais elevado. Esse tipo de telhado dá a impressão de que a casa é muito maior.

Telhado Curvo

O telhado curvo é pouco utilizado em obras residenciais, existe na sua maioria em barracões, quadras poliesportivas entre outros. A cobertura possui inclinação leve e a curvatura na forma é a característica mais marcante. Consegue-se utilizar na sua estrutura treliças metálicas ou madeiras.

Mas existem também as coberturas curvas feitas em concreto armado, quem consagrou esse estilo de construção no Brasil foi o arquiteto Oscar Niemeyer, com suas obras modernas e curvas.

Com seu aspecto orgânico, este modelo não é muito utilizado em estruturas residenciais, porém mais visto em quadras esportivas e barracões. O arquiteto brasileiro Oscar Niemeyer foi quem trouxe ao Brasil este modelo feito em concreto armado através de suas obras modernas e icônicas.

Telhado Verde

O nome de telhado verde tem tudo a ver com o principal material que compõe esse tipo de cobertura: plantas. Em vez de cerâmica, aço ou qualquer outro material duro, o segredo do telhado verde está em usar a vegetação aparente. E o mais interessante: A ideia não é só decorar o local, como uma espécie de vaso decorativo de plantas. O propósito é economizar energia e tornar a edificação mais sustentável e amigável ao meio ambiente.

Outro ponto que pode surpreender: Não se trata apenas de criar uma espécie de horta no telhado de concreto e plantar o que bem entender. Há muita tecnologia por trás do telhado verde. Para que tudo isso funcione bem existe um processo bem desenhado de engenharia que garante o cuidado com a vegetação e a manutenção do local com o tempo.

O telhado verde é constituído basicamente de 7 camadas diferentes parar compor sua estrutura. Cada fase possui uma função e resulta na sinergia da captação da água da chuva e do calor do Sol no sistema como um todo, mantendo assim a vida da terra e das plantas.

O projeto usa como base o próprio telhado, ou lajota, para aplicar as próximas camadas. Para começar, uma membrana à prova d’água é colocada para que toda a região do teto fique protegida contra a umidade. No passo seguinte é aplicada uma barreira contra as raízes das plantas, que naturalmente crescem.

Acima da placa contensora, é a vez da camada do sistema de drenagem da água. Em cima dela, o tecido permeável permite a colocação da terra, que vai absorver a água da chuva que cai na primeira camada, a da planta ou grama. Falando assim até parece fácil, mas cada detalhe é planejado para se ter um resultado eficiente e bonito.

Telhado Embutido

Sabe por que o telhado embutido não aparece? Ele fica embutido na estrutura, na parte superior da construção. Essa novidade nas fachadas de casas nada mais é do que uma cobertura que é “escondida” por um pequeno muro chamado platibanda. Existem algumas diferenças básicas entre o telhado comum e o embutido: o segundo possui uma inclinação um pouco menor e não tem telhas de cerâmica ou de barro. As mais comuns para ele são as de aço galvanizado, fibrocimento, concreto e amianto (menos usada). O telhado embutido tem sido muito usado em estabelecimentos comerciais onde antes eram residências. Isso porque ele moderniza a fachada e tira a aparência de casa.

Vantagens e desvantagens do telhado embutido

Uma das maiores vantagens do telhado embutido é que ele proporciona economia no que diz respeito ao madeiramento quando se compara à necessidade do uso de madeira em um telhado convencional. Além disso, há a clara vantagem estética. Nos dias atuais, os engenheiros, arquitetos e clientes estão buscando cada vez mais projetos modernos e o telhado embutido oferece essa aparência tão desejada. Notem que outras características acompanham as fachadas de casas modernas, como vidros, painéis de madeira e pedras, design com linhas retas e o bom e velho paisagismo. Tudo isso vai muito bem com o telhado embutido.

COMO É COMPOSTO O TELHADO DE CUMEEIRA

Os telhados mais comuns podem ser compostos por telhas inclinadas de forma a conduzir a água da chuva para as calhas e posteriormente para o solo. Podem ser construídos com diferentes tipos de telhas de acordo com a necessidade da edificação e serem confeccionados com vários materiais como pedras, madeira, cerâmica, cimento, metal, vidro, etc. Abaixo, seguem imagens com legendas simples, para identificação das partes que compõem esse tipo de telhado.

Tesoura – É com ela que começa a construção do telhado, que é colocada para fechar o vão transversal formado pela inclinação das diferentes águas, e que ficam dispostas nas extremidades do ponto mais alto da edificação.

Terças – As terças são colocadas diretamente sobre as tesouras e elas tem a função de preencher o vão entre as partes de sustentação do telhado. São postas longitudinalmente e em cima dos pontos de apoio da tesoura em sua estrutura mais externa, e tem dimensões imensas para começar a construir a estrutura de sustentação das telhas.

Caibros – Os caibros são colocados perpendicularmente às terças, e pregadas nela para que a estrutura possa começar a receber mais peso.

Ripas – Elas são postas no mesmo sentido das terças, mas desta vez em cima dos caibros e em espaçamentos menores, e agora perpendiculares a eles, formando quadrados. Cada linha de telhas deverá ter uma ripa, então a quantidade delas depende do tamanho, tipo e peso da telha, variando de acordo com as mudanças do projeto.

Trama – A trama é o resultado do entrelaçamento das ripas e dos caibros. Ele é como uma grade que sustentará as telhas e deve ser feito para que não haja infiltrações.

Água – As águas são determinadas pelas superfícies inclinadas de um telhado, que fazem o escoamento justamente das águas em dias de chuva.

Beiral – É a projeção da estrutura do telhado para fora do alinhamento da parede. Dá espaço para calhas e tem função principal de evitar que a água caia diretamente sobre a estrutura do edifício e escoe por ali, entrando consequentemente água pelas janelas e portas.

Cumeeira – A cumeeira é o ponto mais alto do telhado e tem o papel de dividir águas, direcionando a água para os pontos de escoamento. Seu revestimento é diferente do restante do telhado e feito com uma telha própria.

Espigão – O espigão é a aresta que delimita o encontro de duas águas que formam um ângulo saliente. É revestido com uma telha própria e fica em evidência por ser ressaltado.

Água furtada – Também conhecida como Rincão, a água furtada é a aresta que delimita o encontro de duas águas que formam um ângulo, assim como o espigão, mas desta vez ele é reentrante, ou seja, forma algo como uma calha que faz o escoamento e leva para a calha, de fato.

Rufo – O rufo não está descrito na imagem, mas pode ser visto na última imagem. Sua função é evitar que águas pluviais ultrapassem o telhado, evitar infiltrações, e normalmente é colocado em locais onde há encontro de telhado e parede, que não é feito o encaixe perfeito entre as telhas no restante da estrutura.

Fiada – A fiada é a fileira de telhas dispostas na direção da largura, que estão perpendicularmente às terças.

Peça complementar – A peça complementar é a telha específica que foi citada na descrição da cumeeira, espigão e da água furtada. É o acabamento dessas partes, que é feito com encaixe diferente, mas que tem a função de evitar infiltração e dar um acabamento diferenciado no encontro das águas, ressaltando-o.

Espero que tenha sido enriquecedor esse resumo dos principais telhados existentes no Brasil. Existem muitos outros por todo mundo, o pagode, o germânico etc. Até a próxima!

CURIOSIDADE – O QUE SIGNIFICA A EXPRESSÃO SEM EIRA NEM BEIRA?

Note essas três camadas de telhas, se chamam Eira, Beira e Tribeira. No passado, quem tinha às três fileiras eram os mais ricos, quem tinha duas era ‘mais ou menos’ e quem tinha uma, era pobre, daí vem a expressão “sem eira nem beira”.